Estou hoje sem fotos, mas prometo que amanhã já poderei postar as fotos no Hospital. Dia 26 internei às 10 horas da manhã, meu pai e o Diego, meu namorado, me acompanharam. Arrumei as malas no dia anterior, coloquei roupas largas e calças legs. Todos os exames devem ser levados ao Hospital, juntamente com as meias, já colocadas em casa e a cinta na mala. As meias enrolam muito, tive que andar devagar.
Quando cheguei no quarto levei um choque. Olhei para a cama e foi um pouco difícil me sentir "paciente", já que sempre estive do outro lado. O que me animava foi saber que era uma cirurgia reparadora, não tinha patologia nenhuma, era uma necessidade pra se evitar doenças cardiovasculares. Sabia também que o intuito disso era dar exemplo, ter credibilidade em passar informações aos pacientes que atendo, dar força aos que não têm coragem em realizar um procedimento desse...
Esperar, pra mim, sempre foi muito complicado. Da mesma forma que dizem que a expectativa é parte da festa, ela também faz parte desses momentos. Passa tudo pela cabeça. Se você está bem de saúde, se a equipe vai reparar que está sentindo mal, se você será tratado individualmente. Como será a volta da anestesia e tudo mais...
Meu namorado foi ferramenta importante pra mim. Meu pai também. Assim que chegamos, ele cantou uma música religiosa, que eu adoro e que me fez chorar. Meu pai e eu somos muito musicais! Desde criança ele batucava na mesa e cantava as músicas antigas... O Diego é mais divertido, inventa ideias alegres na hora, e isto me ajudou a distrair.
E ficamos lá, aguardando alguém do centro cirúrgico. Às 13h, a auxiliar de enfermagem levou a maca, avental e touca, me vesti, deitei na maca e seguimos pelos corredores, até o centro cirúrgico.
Fui posicionada no corredor do centro, ao lado da sala que operaria. Aguardei, o médico conversou comigo, as enfermeiras se apresentaram e disseram que estavam arrumando a sala.
Entrei às 14h na sala, avistei um cobertor e disse à uma das enfermeiras que costumava ter frio, que foi um alívio ver aquele cobertor. Ela me garantiu que me cobriria quando a cirurgia acabasse.
A anestesista conversou bastante comigo. Imaginei que fosse outro profissional, aquele que me entrevistou. Mesmo assim, fiquei tranquila, perguntei tudo pra ela, desde como seria a cirurgia, até as drogas que me sedaria... Ela me explicou tudo e encontrou um acesso venoso no meu pulso. Às 14h20min, o médico chegou e eu fui sedada levemente. Senti uma sensação de paz, efeito do sedativo, e sonolência também. A anestesista me apresentou para uma médica, mas não me recordo de sua feição.
Sem perceber, fui anestesiada e lembro de alguns momentos sentir frio e me colocarem mais um cobertor, de sentir falta de ar e me colocarem máscara, lembranças muito vagas. Acordei, de fato, na RPA, Recuperação Pós Anestésica, onde abria os olhos e enxergava tudo embaçado. A sensação de enjoo e o sentimento de não enxergar direito, que eu entendia como efeito da anestesia, me fizeram entrar em um estado de preocupação e mal estar. Chamei as enfermeiras, disse tudo o que sentia, administraram um ótimo medicamento para o enjoo. As sensações de mal estar passaram. Minha visão estava embaçada em virtude da aplicação de uma pomada para proteger os olhos. Estava com sonda uretral também. A cada 5 minutos perguntava se podia voltar para o quarto e após 30 minutos, me levaram de volta ao quarto.
O Diego estava me esperando. Minha irmã havia ido durante a cirurgia, meu pai também, mas tiveram que ir embora. Às 19 horas, retomei a consciência e às 19h35min, saí da RPA.
Permaneci deitada no leito até o dia seguinte. Dormia e acordava inúmeras vezes.
Logo de manhã, me preparei para tomar banho. Levantei tranquilamente, fui tomar banho deitada, mas logo senti náuseas. Voltei para a cama, foi feito um curativo e me preparei para caminhar. A cirurgia não exige repouso, mas sim, movimentos.
O tempo de internação foi de 3 dias. Administraram inúmeros medicamentos, de 8 em 8 horas, de 12 em 12 horas.
Iniciei a dieta. 20 mL de líquidos, a cada 15 minutos.
É possível levantar os braços e caminhar, sem dor. A respiração é curta, pois a profunda é dolorida. Tudo que requeira grande esforço abdominal, também torna-se dolorido, como o ato de levantar da cama e da cadeira. A tosse e espirro são também dolorosos.
São três drenos, um de gastrostomia (ligada ao "antigo" estômago), um para os pontos e um para o local onde foi feita a cirurgia. A urina é verde, pois no momento da operação, o corante azul mostra se existe "vazamento".
Para mim, que sou inquieta, foi sacrificante permanecer 3 dias internada. Mas foi bastante necessário. As fezes são líquidas.
Após 3 dias de grandes cuidados, visitas de médico e amigos queridos, exercícios respiratórios com a Fisioterapeuta (IMPORTANTÍSSIMO!!!), recebi alta. Minha irmã foi me buscar com os sobrinhos. Compramos fita adesiva microporosa, gaze estéril. Pedi, do meu trabalho, soro fisiológico 100mL, compressa de gaze em rolo, para proteger o curativo da cinta, iodopovidona tópica (Povidine).
Meu namorado troca o curativo 1 vez ao dia, após o banho.
A melhor estação em se fazer este tipo de cirurgia é o inverno, porque a cinta esquenta demais a barriga.
A dieta é variada, faz-se uma sopa com muitos legumes, carne ou frango, bastante água e sal. Coloca-se tudo na panela de pressão e reserva-se o caldo coado. Congelei tudo antes da cirurgia. Os líquidos são feitos de sucos coados (aquele extrator juicer é ótimo!!!), iogurte com leite desnatado e água, ADES, água de côco, gatorade e gelatina, tudo diet!
Sinto vontade de comer, mas não fome. Por isso a dieta líquida não é sacrificante.
Sexta-feira, dia 02 de setembro, retornarei ao médico para retirada de pontos e agora deixarei o tempo se encarregar da recuperação!
